Se os esforços em que a publicidade no início do século XX nos parecem agora um pouco caóticos e até pueris, é porque muita coisa mudou em cem anos!
As agências foram se profissionalizando, trocando informações e experiências, aprendendo a lidar com o público, que, por sua vez, mudava a olhos vistos.
Grandes impactos aconteceram no século passado, como os citados nesse trabalho, no capítulo das origens da publicidade. A troca de informação já não é de pessoa a pessoa, as ações importantes repercutem e se multiplicam. No afã de vender, e vender melhor, as agências e as empresas vão, constantemente, estudar as novas experimentações e, sem pudor de autoria, utilizar tudo o que lhes parece oportuno.
Mudam os meios, as mídias, mudam as mensagens. Mudam a sociedade, e o único laboratório de estudos do comportamento humano plenamente financiado é a publicidade. Enquanto pesquisadores lutam com verbas irrisórias, as agências lidam com quantias enormes, com o objetivo precípuo de vender, apoiar a produção, permitir crescimento.
As experimentações se sucedem, em mensagens; e seu conteúdo, em mídias; e sua utilização, em sistemas, que vão surgir, baseados em novas maneiras de enviar mensagens, interessar consumidores, diferenciar produtos e marcas.
Se, nos primeiros anos do século XX, a publicidade resolvia tudo, hoje temos a Promoção de Vendas, o Marketing Direto, o Merchandising, Eventos, Incentivo, Fidelização, Design, e sem número de especializações, cada qual com sua indicação de uso, cada qual com seus truques e procedimentos específicos.
É difícil definir onde um sistema começa e outro termina, tal sua dimensão e variedade. Sabe-se, apenas, que aconteceu uma multiplicação fantástica, tomando cada vez mais preciso o tiro; e cada vez mais complexo o diagnóstico.
Fonte: Publicidade: A Máquina de Divulgar (Lara, 2010).
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